COVID19 e a Baixada Fluminense
No dia 26 de fevereiro de 2020 no estado de São Paulo houve o primeiro registro de caso com corona vírus SARS-CoV-2, mas que até então foi provindo de fora do país, entretanto, não diferente ocorreu no estado do Rio de Janeiro, pois no dia 5 de março foi confirmado, pelo Ministério da Saúde, o primeiro caso no município de Barra Mansa. Apenas 7 dias após (12/03), a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, confirmou o primeiro caso de transmissão local, nesse instante na capital, entretanto, o secretário da pasta tornou público que já haviam registros de 13 casos na capital, um em Niterói e mais um que provinha do primeiro registro, conforme exposto acima. A situação do Estado do RJ, da capital e, em principal, da região metropolitana não era de tamanha dimensão a que se coloca no momento vivido, em número de casos e vítimas, sendo assim o governo do estado sugeriu isolamento social como a forma mais eficaz para atenuar a curva de contágio.
Até o dia 19 de junho o Estado do Rio de Janeiro encontra-se no ranking de 3º lugar de mortes acumuladas, com 498 por milhão de habitantes, ficando atrás apenas dos estados do Amazonas e Ceará. E embora o estado tenha o maior percentual de recuperados, com 75%, é o maior percentual em letalidade dentre os casos confirmados, com 9.2%, conforme dados do Observatório Fluminense, sendo que essa situação pode ser piorada ao se questionar as subnotificações.
Um ponto a se chamar atenção é que no dia 21 de maio o atual secretário de saúde, Fernando Ferry, em entrevista ao G1, expõe que algumas unidades de hospitais de campanha prometidos vão ficar de fora da perspectiva da saúde estadual. Dentre os que hoje funcionam como o Leblon-Lagoa, Parque dos Atletas, e do Riocentro (estabelecido pela prefeitura do Rio), apenas o hospital de campanha inaugurado,  com muito atraso, foi o que São Gonçalo, isto é, com baixa perspectiva de instalação a partir da previsão para os municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Casimiro de Abreu, Campos dos Goytacazes e Nova Friburgo.
A negligência com a saúde da população fica notória, principalmente ao analisarmos os dados dos boletins diários de COVID19 do Estado do Rio de Janeiro (https://coronavirus.rj.gov.br/boletins/). Observou-se que no dia 15 de junho a situação em relação aos 10 municípios com o maior número de casos tinha-se: Rio de Janeiro (42.385); Niterói (4.671); São Gonçalo (2.946); Nova Iguaçu (2.579); Duque de Caxias (2.218); Itaboraí (1.753); Macaé (1.584); Angra dos Reis (1.492); São João de Meriti (1.321); Queimados (1.306), chama-se atenção que desde as primeiras transmissões comunitárias se passaram apenas 90 dias e nenhum caso havia sido registrado na Baixada até o dia 28 março.  Em termos de Baixada Fluminense a situação é mais agravada, pois 4 municípios com maior ocorrência de COVID19 se encontram na região, sendo Duque de Caxias o 5o em número de casos, o qual se encontra nossa unidade acadêmica. Até o dia 20 de junho a Baixada Fluminense totaliza 15003 casos de COVID19, o que significa uma concentração de 15,7% do total de casos do estado.
Ao analisarmos a diferença do número de casos acumulados quinzenalmente, desde 15 de abril até 15 de junho, para os municípios da Baixada Fluminense afirma-se que os comportamentos ascendentes em casos de COVID19 permaneceram para Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Magé, Nilópolis, São João de Meriti, Seropédica. E apenas descendência em casos acumulados para Mesquita, Nova Iguaçu, Paracambi, Japeri, Queimados. 
Ao avaliar os 10 municípios com maiores perdas de vida por COVID19, de 15 de abril até 15 de junho, os 3 maiores no ranking são: Rio de Janeiro, Duque de Caxias e São Gonçalo. E dentro desses 10 municípios têm-se 6 municípios que se encontram na Baixada Fluminense, os quais são Duque de Caxias; Nova Iguaçu; São João de Meriti, Belford Roxo; Magé; Mesquita. Entretanto, dentre esses os que tiveram resposta no crescimento de óbitos foram: Mesquita, Nova Iguaçu, São João de Meriti e Seropédica, todos os outros tiveram descendência dos números de óbitos nos últimos 15 dias de análise. A Baixada Fluminense até o dia 20 de junho totaliza 1489 óbitos por COVID19, isto é, 16,9% do total de óbitos do estado, no cômputo da região, Duque de Caxias é responsável por 24,9% das perdas de vidas.

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